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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Sobre Memórias de um Gigolô, Heranças Culturais e Saudosismo

Assistindo o musical "Memórias de um Gigolô", ambientado na São Paulo da década de 30, fiquei pensando em qual herança cultural deixaremos para as futuras gerações. Estamos vivendo um marasmo em vários setores de produção musical, artística e arquitetônica.

Na década de 30, o então presidente Getúlio Vargas, criou a estrutura dos sindicatos ligados ao governo, até mesmo para equilibrar as disputas de classes que foram tão acaloradas naquela época. Foi um período de intensa produção no país e que hoje observamos vários traços arquitetônicos deixados por aquela época.

Nossa cidade foi construída com o crescimento industrial e estamos migrando nossas atividades para o serviço, deixando inúmeros imóveis vazios e sem uma outra forma viável de ocupação. Muitos dos imóveis, que ocupavam as grandes empresas de São Paulo, estão virando igrejas e alguns sendo demolidos para a construção de outros imóveis, frios e envidraçados, sem nenhuma conexão com o seu entorno.

Na música, apesar de gostar de muitas produções que estão fazendo sucesso, não consigo identificar algo que irá marcar de verdade nossa geração. Temos muitos cantores que estouram nas paradas e depois de alguns anos não ouvimos mais.

Vivemos numa época da informação descartável, onde diariamente somos bombardeados pelos mais diversos assuntos, que tem uma validade reflexiva muito curta, até cair no completo esquecimento.

Ainda falando sobre "Memórias de um Gigolô", me chamou a atenção a forma que eles idolatravam os anos 30, da mesma forma que hoje recordamos com muito saudosismo dos anos 80 e 90. Já ouvi esse papo antes, dos meus pais falando dos anos 60 e 70, acho que essa defesa da sua época não terá fim, sempre seremos impactados pelo o que de melhor existiu em nossa geração e tudo isso nos moldará como cidadãos.

Gosto muito da produção musical dos anos 80 e 90, principalmente no que se refere ao Pop Rock Nacional e a MPB. Provavelmente estamos replicando o mesmo comportamento da veneração dos anos 30, retratado no musical e talvez daqui alguns anos, Ivete Sangalo seja a nova Elis Regina e o Luan Santana e novo Tom Jobim.

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